Queijaria da Corte Gafo de Cima
Mais de 40 anos de história(s) e de sabores
“É difícil não gostar de queijos e daquilo que se faz, quando somos criados no meio desta tradição que já tem mais de 40 anos”
Ainda a entrevista (propriamente dita não tinha começado) com a Leonor Raposo e já tínhamos o ponto fulcral para o início, com esta afirmação.
Palavras simples, mas que afinal tudo nos dizem, sobre alguém que desde tenra idade começou “nestas andanças”.
A sua mãe começou por trabalhar na casa dos lavradores locais, onde em tempos que já lá vão, se realizavam as tradicionais “rouparias”. Nas épocas em que os grandes agricultores vendiam os animais que posteriormente eram ordenhados, famílias inteiras, oriundas de outros pontos do Distrito, nomeadamente de Penedo Gordo e Boavista (Santa Clara do Louredo) deslocavam-se “para aqui” (Corte Gafo de Cima) onde e durante 3 meses faziam queijos. Aliás, foi por recomendação da patroa da sua mãe que em grande parte este “projeto” se inicia, quando esta a incentivou a dedicar-se à produção dos queijos.
O seu pai, por seu lado, começou por ser talhante, dedicando-se à compra e venda de carne fresca pelos montes, mas, mais tarde, também ele “abraça, o ofício dos queijos”. Confidencia Leonor.
E foi exatamente no início de tudo isto que a Leonor nasceu, precisamente na casa onde hoje existe a queijaria,”muito diferente daquilo que hoje conhecemos” afirma.
“Naquela altura fazíamos queijo numa dispensa” apontando para o local, hoje totalmente transformado e adaptado às atuais exigências.,
Leonor Raposo acompanhou de perto toda esta evolução do fabrico e confeção do queijo e principalmente as alterações climáticas. “Antigamente o queijo fazia-se em 3 ou 4 meses específicos, atualmente houve necessidade de nos adaptarmos aos novos tempos e aos caprichos do próprio tempo”.
Todos os produtos da Queijaria são produzidos com aquilo que “realmente é do nosso Concelho” afirma com orgulho. O leite vem de Santana de Cambas diretamente para a Corte de Gafo de Cima onde o queijo de ovelha, amanteigado, curado, o requeijão, o almece e a manteiga de ovelha são produzidos.
A maior parte das vendas é feita a retalho, principalmente em lojas, durante a semana. Os fins de semana, segundo Leonor Raposo está “mais reservado” ao cliente particular, aquele que desde há muito, já conhece as ruas, os caminhos e estradas que os levam à queijaria “E um cliente fiel e satisfeito trás sempre mais algum” acrescenta.
Leonor Raposo também se dedica à agricultura, uma vez que esta é uma atividade sazonal compreendida entre os meses de novembro e junho. No intervalo que vai entre julho e finais de outubro é tempo para se dedicar a outras tarefas agrícolas, mas também há que reservar algum para o tão merecido descanso e claro, a família.
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